quarta-feira, 19 de março de 2008

Sandra de Sá - Não Vá


Saudade dos Anos 80 - rsrsrs

Adélia Prado II



Neurolingüistíca



Quando ele me disse
ô linda,
pareces uma rainha,
fui ao cúmice do ápice
mas segurei meu desmaio.
Aos sessenta anos de idade,
vinte de casta viuvez,
quero estar bem acordada,
caso ele fale outra vez.

terça-feira, 4 de março de 2008

Tango de Nanci - Chico Buarque e Edu lobo




Quem sou eu para falar de amor

Se o amor me consumiu até a espinha
Dos meus beijos que falar
Dos desejos de queimar
E dos beijos que apagaram os desejos que eu tinha

Quem sou eu para falar de amor
Se de tanto me entregar nunca fui minha
O amor jamais foi meu
O amor me conheceu
Se esfregou na minha vida
E me deixou assim

Homens, eu nem fiz a soma
De quantos rolaram no meu camarim
Bocas chegavam a Roma passando por mim

Ela de braços abertos
Fazendo promessas
Meus deuses, enfim!
Eles gozando depressa
E cheirando a gim

Eles querendo na hora
Por dentro, por fora
Por cima e por trás
Juro por Deus, de pés juntos
Que nunca mais

Cecília Meireles



A BAILARINA

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá.

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os ohos e sorri.

Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

Carlos Pena Filho




Na avenida Guararapes,

o Recife vai marchando.

O bairro de Santo Antonio,

tanto se foi transformando
que,
agora às cinco da tarde,

mais se assemelha a um festim.
Nas mesas do Bar Savoy,
o refrão tem sido assim:

São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,

trinta mil sonhos frustrados.

Ah, mas se a gente pudesse
fazer o que tem vontade:
espiar o banho de uma,
a outra, amar pela metade

e daquela que é mais linda
quebrar a rija vaidade.
Mas como a gente não pode
fazer o que tem vontade,
o jeito é mudar a vida

num diabólico festim.

Por isso no Bar Savoy,
o refrão é sempre assim:

São trinta copos de chopp,

são trinta homens sentados,

trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.