sexta-feira, 31 de agosto de 2007

=D



Infinito Desejo

(Gonzaguinha)

Ah! infinito delírio
Chamado desejo
Essa fome de afagos e beijos
Essa sede incessante de amor
Ah! essa luta de corpos
Suados
Ardentes e apaixonados
Gemendo na ânsia
De tanto se dar
Ah! de repente o tempo
Estanca
 
Na dor do prazer que
Explode
É a vida é a vida, é a vida
E é bem mais
E esse teu rosto sorrindo
Espelho do meu no vulcão
Da alegria
Te amo, te quero meu bem
Não me deixe jamais
Eu sinto a menina brotando
Da coisa linda que é 
Ser tão mulher
A santa madura inocência
O quanto foi bom e pra
Sempre será
E o que mais importa
É manter essa chama
Até quando eu não mais
Puder
E a mim só me importa
Mesmo se Deus quiser...

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

I Turn To You



Pelo menos eu sei o que é viver uma paixão arrebatadora. Pena ter perdido a disposição para acreditar.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

4Chay


E tudo por que me tiraste a ilusão.

E a vida sem ilusões não é vermelha nem azul,

Nem preta e branca,

É apenas acromática.

E nem me afobo que a tragas de volta,

Sem sonhos e fantasias...

Deixaste-me alma e coração vazio.

Por que trouxeste o real sem possibilidades?

Qual anjo anuncia tormentas

Sem trazer consigo vislumbres de compaixão?

Clarice Lispector



...sentou-se para descansar e em breve fazia de conta que ela era uma mulher azul porque o crepúsculo mais tarde talvez fosse azul, faz de conta que fiava com fios de ouro as sensações, faz de conta que a infância era hoje e prateada de brinquedos, faz de conta que uma veia não se abrira e faz de conta que que dela não estava em silêncio alvíssimo escorrendo sangue escarlate, e que ela não estivesse pálida de morte mas isso fazia de conta que estava mesmo de verdade, precisava no meio do faz de conta falar a verdade de pedra opaca para que contrastasse com o faz de conta verde-cintilante, faz de conta que amava e era amada, faz de conta que não precisava de morrer de saudade, faz de conta que estava deitada na palma transparente da mão de Deus,..., faz de conta que vivia e que não estivesse morrendo pois viver afinal não passava de se aproximar cada vez mais da morte, faz de conta que ela não ficava de braços caídos de perplexidade quando os fios de ouro que fiava se embaraçavam e ela não sabia desfazer o fino fio frio, faz de conta que era sábia bastante para desfazer os nós de corda de marinheiro que lhe atavam os pulsos, faz de conta que tinha um cesto de pérolas só para olhar a cor da lua pois ela era lunar, faz de conta que ela fechasse os olhos e os seres amados surgissem quando abrisse os olhos úmidos de gratidão, faz de conta que tudo o que tinha não era faz de conta, faz de conta que se descontraía o peito e a luz douradíssima e leve a guiava por uma floresta de açudes mudos e de tranqüilas mortalidades, faz de conta que ela não era lunar, faz de conta que ela não estava chorando por dentro...


Trecho do Livro Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

***Ilusão de Ótica Palpável***



Para a Chay...


Ontem,
Quando de mim te despediste,
Naquela sala do "chat",
E me mandaste um beijo,
Eu te perguntei:
– Onde?
Sem querer,
Satisfizeste o meu desejo,
Quando disseste:
– Na tua boca!
Fechei os olhos e imaginei
Tal e qual me falaste.
Bateu forte o coração.
Meu Deus, que coisa louca!
Até senti o gosto da tua boca,
Quando, na imaginação
Me beijaste....
Tua boca, eu nem sabia
Que era assim, tão macia.
E o teu beijo tão molhado,
Demorado,
Fez um estrago em mim.
Ocupou meu pensamento
E eu fiquei todo tempo
Querendo
Outro beijo assim!
Richard