segunda-feira, 1 de outubro de 2007

As sem Razões do Amor - Carlos Drummond de Andrade




Eu te amo porque te amo.

Não precisas ser amante,

e nem sempre sabê-lo.

Eu te amo porque te amo.


Amor é estado de graça

e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,

é semeado no vento,

na cachoeira, no elipse.


Amor foge a dicionários

e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo

bastante ou demais a mim.


Porque amor não se troca,

não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,

feliz e forte em si mesmo.


Amor é primo da morte,

e da morte vencedor,

por mais que o matem (e matam)

a cada instante de amor.

Pedaços - Vivianne Tosto

Onde está escrito
Que você está me ouvindo?
Esse é um daqueles momentos!
Esse é um daqueles momentos!
Não é de se admirar
O jeito que me faz sentir
Não é de se admirar
Não é de se admitir
Não importa o que aconteça
Meu pedaço você invadiu
Será que amanhã
Alguém me tocará
Daquele jeito
Acertando o meu coração?
Em frente à minha janela
Vejo o seu rosto sumir
Você tirou meu chão
E nem me segurou
Está em pedaços
Esse meu coração
Onde está escrito
Que você está me ouvindo?
Esse é um daqueles momentos!
Esse é um daqueles momentos!
Não é de se admirar
O jeito que me faz sentir
Não é de se admirar
Não é de se admitir
Não importa o que aconteça
Um pedaço do céu me invadiu
Onde você está?
Será o mesmo lugar?
Você faz parte já
Do meu coração
Estrelas pela metade
Por quê você me esqueceu?
Você me enganou
Nunca me pertenceu
E ainda assim
Eu te dou o meu coração

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Pagu - Rita Lee - Zélia Duncan




Mexo remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão

Eu sou pau pra toda obra
Deus da asas à minha cobra
Minha força não é bruta
Não sou freira nem sou puta

Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito "home"

Sou a rainha do meu tanque
Sou Pagú indignada no palanque
Fama de porralouca, tudo bem
Minha mãe é Maria Ninguém
Não sou atriz-modelo-dançarina
Meu buraco é mais em cima

Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito "home"

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

OLHO NO OLHO - Itamar Assumpção




Por cabo T.V. satélite por rádio via internet
Por modem fio ou telex bom mesmo é o tete à tete
Bilhete carta recado um bip sempre ocupado
Out-door raio fax ligado bom mesmo é rosto colado

Cartão postal é bacana mas bom mesmo é ter você na minha cama
Mensagem não é consolo bom mesmo é ali olho no olho

Tijolinho anúncio pago panfleto retrato falado
Por cupido por duende bom mesmo é bater de frente
No berro pombo correio seja celular ou meio
Painel faixa ou mural bom mesmo é o ato carnal

Cartão postal é bacana mas bom mesmo é ter você na minha cama
Mensagem não é consolo bom mesmo é ali olho no olho

Por tambor telepatia
Por clip telefonia
Poema escrito na roupa
Bom mesmo é boca na boca

Por Pager via Embratel
Pelo vento por passa anel
Por átomos ou carro de bois
Bom mesmo é orgasmo à dois

Cartão postal é bacana mas bom mesmo é ter você na minha cama
Mensagem não é consolo bom mesmo é ali olho no olho

Por cabo T.V. satélite por rádio via internet
Bom mesmo é o tete à tete
Bilhete carta recado um bip sempre ocupado
Bom mesmo é rosto colado

Cartão postal é bacana mas bom mesmo é ter você na minha cama
Mensagem não é consolo bom mesmo é ali olho no olho

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Ferreira Gullar



NO CORPO

De que vale tentar reconstruir com palavras
O que o verão levou
Entre nuvens e risos
Junto com o jornal velho pelos ares

O sonho na boca, o incêndio na cama,
o apelo da noite
Agora são apenas esta
contração (este clarão)
do maxilar dentro do rosto.

A poesia é o presente.


quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Quando - Álvaro de Campos


Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.

O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei

Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Vanessa da Mata - Boa Sorte/Good Luck



That's it
There is no way
It's over, Good luck

I have nothing left to say
It's only words
And what l feel
Won't change

Everything you want to give me
It too much
It's heavy
There is no peace

All you want from me
Isn't real
Expectations


Now even if you hold yourself
I want you to get cured
From this person
Who poisoned you

There is a disconnection
See through this point of view
There are so many special people in the world
so many special people in the world in the world
All you want
All you want

Everything you want to give me
It's too much
It's heavy
There is no peace

All you want from me
isn't real
Expectations

Now we're Falling into the night

Maria Bethênia/Fauzi Arap

Eu vou te contar que você não me conhece...
E eu tenho que gritar isso, porque você está surdo e não me ouve!

A sedução me escraviza à você.
Ao fim de tudo você permanece comigo, mas preso ao que eu criei...
E não a mim.
E quanto mais falo sobre a verdade inteira, um abismo maior nos separa.

Você não tem um nome.
Eu tenho.
Você é um rosto na multidão e eu sou o centro das atenções.
Mas a mentira da aparência do que eu sou é a mentira da aparência que você é.
Porque eu não sou o meu nome e você não é ninguém.

O jogo perigoso que pratico aqui, ele busca chegar ao limite possível de aproximação, através da aceitação, da distância e do reconhecimento dela.

Entre eu e você existe a notícia que nos separa.
E eu quero que me veja a mim.
Eu me dispo da notícia.
E a minha nudez parada te denuncia e te espelha.
Eu me delato.
Tu me relatas.
Eu nos acuso.
E confesso por nós.
Assim, me livro das palavras...
Com as quais você me veste.


sexta-feira, 31 de agosto de 2007

=D



Infinito Desejo

(Gonzaguinha)

Ah! infinito delírio
Chamado desejo
Essa fome de afagos e beijos
Essa sede incessante de amor
Ah! essa luta de corpos
Suados
Ardentes e apaixonados
Gemendo na ânsia
De tanto se dar
Ah! de repente o tempo
Estanca
 
Na dor do prazer que
Explode
É a vida é a vida, é a vida
E é bem mais
E esse teu rosto sorrindo
Espelho do meu no vulcão
Da alegria
Te amo, te quero meu bem
Não me deixe jamais
Eu sinto a menina brotando
Da coisa linda que é 
Ser tão mulher
A santa madura inocência
O quanto foi bom e pra
Sempre será
E o que mais importa
É manter essa chama
Até quando eu não mais
Puder
E a mim só me importa
Mesmo se Deus quiser...

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

I Turn To You



Pelo menos eu sei o que é viver uma paixão arrebatadora. Pena ter perdido a disposição para acreditar.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

4Chay


E tudo por que me tiraste a ilusão.

E a vida sem ilusões não é vermelha nem azul,

Nem preta e branca,

É apenas acromática.

E nem me afobo que a tragas de volta,

Sem sonhos e fantasias...

Deixaste-me alma e coração vazio.

Por que trouxeste o real sem possibilidades?

Qual anjo anuncia tormentas

Sem trazer consigo vislumbres de compaixão?

Clarice Lispector



...sentou-se para descansar e em breve fazia de conta que ela era uma mulher azul porque o crepúsculo mais tarde talvez fosse azul, faz de conta que fiava com fios de ouro as sensações, faz de conta que a infância era hoje e prateada de brinquedos, faz de conta que uma veia não se abrira e faz de conta que que dela não estava em silêncio alvíssimo escorrendo sangue escarlate, e que ela não estivesse pálida de morte mas isso fazia de conta que estava mesmo de verdade, precisava no meio do faz de conta falar a verdade de pedra opaca para que contrastasse com o faz de conta verde-cintilante, faz de conta que amava e era amada, faz de conta que não precisava de morrer de saudade, faz de conta que estava deitada na palma transparente da mão de Deus,..., faz de conta que vivia e que não estivesse morrendo pois viver afinal não passava de se aproximar cada vez mais da morte, faz de conta que ela não ficava de braços caídos de perplexidade quando os fios de ouro que fiava se embaraçavam e ela não sabia desfazer o fino fio frio, faz de conta que era sábia bastante para desfazer os nós de corda de marinheiro que lhe atavam os pulsos, faz de conta que tinha um cesto de pérolas só para olhar a cor da lua pois ela era lunar, faz de conta que ela fechasse os olhos e os seres amados surgissem quando abrisse os olhos úmidos de gratidão, faz de conta que tudo o que tinha não era faz de conta, faz de conta que se descontraía o peito e a luz douradíssima e leve a guiava por uma floresta de açudes mudos e de tranqüilas mortalidades, faz de conta que ela não era lunar, faz de conta que ela não estava chorando por dentro...


Trecho do Livro Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

***Ilusão de Ótica Palpável***



Para a Chay...


Ontem,
Quando de mim te despediste,
Naquela sala do "chat",
E me mandaste um beijo,
Eu te perguntei:
– Onde?
Sem querer,
Satisfizeste o meu desejo,
Quando disseste:
– Na tua boca!
Fechei os olhos e imaginei
Tal e qual me falaste.
Bateu forte o coração.
Meu Deus, que coisa louca!
Até senti o gosto da tua boca,
Quando, na imaginação
Me beijaste....
Tua boca, eu nem sabia
Que era assim, tão macia.
E o teu beijo tão molhado,
Demorado,
Fez um estrago em mim.
Ocupou meu pensamento
E eu fiquei todo tempo
Querendo
Outro beijo assim!
Richard

segunda-feira, 30 de julho de 2007

More Than Words - Extreme



Uma pessoa pra lá de especial me lembrou essa música, que amo de paixão e estava tão esquecida num canto da minha alma.

By Rickie...



"Com você meu mundo ficaria completo"

Saudades de quem tá distante...



Ausência

(Vinícius de Moraes)

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Fernando Pessoa



O Amor quer Possuir


O amor pede identidade com diferença, o que é impossível já na lógica, quanto mais no mundo. O amor quer possuir, quer tornar seu o que tem de ficar fora para ele saber que se torna seu e não é. Amar é entregar-se. Quanto maior a entrega, maior o amor. Mas a entrega total entrega também a consciência do outro. O amor maior é por isso a morte, ou o esquecimento, ou a renúncia - os amores todos que são os absurdiandos do amor.

(...) O amor quer a posse, mas não sabe o que é a posse. Se eu não sou meu, como serei teu, ou tu minha? Se não possuo o meu próprio ser, como possuirei um ser alheio? Se sou já diferente daquele de quem sou idêntico, como serei idêntico daquele de quem sou diferente? O amor é um misticismo que quer praticar-se, uma impossibilidade que só é sonhada como devendo ser realizada.

Fernando Pessoa, in 'O Rio da Posse'

Amigos....




Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.
Escolho os meus amigos não pela pele nem outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito ou os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.Deles não quero resposta, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco!Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.Não quero só o ombro ou colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,
mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância e a outra metade velhice.Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto.
E velhos, para que nunca tenham pressa.Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
Nunca me esquecerei de que “normalidade” é uma ilusão estéril.

Oscar Wilde

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Protesto!



Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
 
Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram - se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país
 
Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país
 
Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país
 
Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio - x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país
 
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
 
Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o Brasil em mil Brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país
 
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

sexta-feira, 13 de julho de 2007

segunda-feira, 9 de julho de 2007

E Quem Disse Que Beleza Não Põe Mesa?!



Quem canta seus males espanta

(Itamar Assumpção)

Entro em transe se canto, desgraça vira encanto
Meu coração bate tanto, sinto tremores no corpo
Direto e reto, suando, gemendo, resfolegando

Eu me transformo em outras, determinados momentos
Cubro com as mãos meu rosto, sozinha no apartamento
Às vezes eu choro tanto, já logo quando levanto
Tem dias fico com medo, invoco tudo que é santo
E clamo em italiano ó Dio come ti amo
Eu me transmuto em outras, determinados momentos
Cubro com as mãos meu rosto, sozinha no apartamento

Vivo voando, voando, não passo de louca mansa
Cheia de tesão por dentro, se rola na face o pranto
Deixo que role e pronto, meus males eu mesma espanto

Eu me transbordo em outras, determinados momentos
Cubro com as mãos meu rosto, sozinha no apartamento

É pelos palcos que vivo, seguindo o meu destino
É tudo desde menina, é muito mais do que isso
É bem maior que aquilo , sereia eis minha sina

Eu me descubro em outras, determinados momentos
Cubro com as mãos meu rosto, sozinha no apartamento

Entro em transe se canto às vezes eu choro tanto
Vivo voando voando é pelos palcos que vivo

sexta-feira, 6 de julho de 2007

♪♪Contramão



Composição: VivianneTosto

A vida inteira eu desejei um beijo seu
Olhos em você, minha solidão
Deixei, por isso, minha boca viajar
Te procurando pela contramão

O que eu sabia é
Que te queria e eu
Conseguia imaginando
Não te resisto, não
Nem te conquisto, então
De castigo vou ficando

Já que eu não beijo sua boca
Beijo então
Seu perfume
Seu cigarro
Já que eu não toco o seu corpo
Toco então
Um violão embriagado
O que eu sabia é
Que te queria e eu
Conseguia imaginando
Não te resisto, não
Nem te conquisto, então
De castigo vou ficando

Boca a boca vai mudando
Essa vontade
Seu exército invadindo
O meu país
Até quando o corpo pede
Essa saudade?
Mesmo a ilusão de amor
Me faz feliz

Que gosto terá,
De orvalho no ar
Tabaco ou saliva?
Se fosse importar
Seu gosto de mar,
Amor ou despedida

Isabella Taviani




Às vezes me dá uma saudade, algumas vezes com uma tristeza, aquela inerente às pessoas que não voltam a trás.

☻☻Saudades de Portugal☻☻


Camilo Pessanha

E Eis Quanto Resta Do Idílio Acabado


E eis quanto resta do idílio acabado,

- Primavera que durou um momento...
Como vão longe as manhãs do convento!
- Do alegre conventinho abandonado...
 
Tudo acabou... Anémonas, hidrângeas,
Silindras, - flores tão nossas amigas!
No claustro agora viçam as urtigas,
Rojam-se cobras pelas velhas lájeas.

Sobre a inscrição do teu nome delido!
- Que os meus olhos mal podem soletrar,
Cansados...E o aroma fenecido
 
Que se evola do teu nome vulgar!
Enobreceu-o a quietação do olvido.
Ó doce, ingénua, inscrição tumular.

Casimiro de Brito

Não Escolho Nada Deixo-me Vestir

Não escolho nada deixo-me vestir
Pela música discreta que tacteia
Meu corpo em sua breve caminhada.

Não desejo nada consinto apenas
Que a dor me visite e a jovem ceifeira,
Mãe das coisas todas, me seduza.

Não escolho nada nem sequer o vaso
Onde me derramo devagar
Como se fosse água, ou leve lume.

Sophia de Mello Breyner

A Hora da Partida

A hora da partida soa quando
Escurecem o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça. 
A hora da partida soa quando
As árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse. 
 
Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida. 

Mário de Sá-Carneiro

VII - Dispersão

Perdi-me dentro de mim 
Porque eu era labirinto 
E hoje, quando me sinto.
É com saudades de mim.
 
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
 
Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem.
 
(O Domingo de Paris
Lembra-me o desaparecido
Que sentia comovido
Os Domingos de Paris:
 
Porque um domingo é família, 
É bem-estar, é singeleza, 
E os que olham a beleza
Não têm bem-estar nem família).
 
O pobre moço das ânsias... 
Tu, sim, tu eras alguém!
E foi por isso também
Que me abismaste nas ânsias.
 
A grande ave doirada
Bateu asas para os céus,
Mas fechou-as saciada
Ao ver que ganhava os céus.
 
Como se chora um amante, 
Assim me choro a mim mesmo:
Eu fui amante inconstante 
Que se traiu a si mesmo.
 
Não sinto o espaço que encerro
Nem as linhas que protejo:
Se me olho a um espelho, erro -
Não me acho no que projeto.
 
Regresso dentro de mim
Mas nada me fala, nada!
Tenho a alma amortalhada,
Sequinha, dentro de mim.
 
Não perdi a minha alma,
Fiquei com ela, perdida.
Assim eu choro, da vida,
A morte da minha alma.
 
Saudosamente recordo
Uma gentil companheira
Que na minha vida inteira
Eu nunca vi... Mas recordo
 
A sua boca doirada
E o seu corpo esmaecido,
Em um hálito perdido
Que vem na tarde doirada.
 
(As minhas grandes saudades 
São do que nunca enlacei. 
Ai, como eu tenho saudades 
Dos sonhos que sonhei!... )
 
E sinto que a minha morte -
Minha dispersão total -
Existe lá longe, ao norte,
Numa grande capital.
 
Vejo o meu último dia
Pintado em rolos de fumo,
E todo azul-de-agonia
Em sombra e além me sumo.
 
Ternura feita saudade,
Eu beijo as minhas mãos brancas...
Sou amor e piedade
Em face dessas mãos brancas...
 
Tristes mãos longas e lindas
Que eram feitas pra se dar...
Ninguém mas quis apertar...
Tristes mãos longas e lindas...
 
Eu tenho pena de mim,
Pobre menino ideal...
Que me faltou afinal?
Um elo? Um rastro?... Ai de mim!...
 
Desceu-me n'alma o crepúsculo;
Eu fui alguém que passou.
Serei, mas já não me sou;
Não vivo, durmo o crepúsculo.
 
Álcool dum sono outonal 
Me penetrou vagamente 
A difundir-me dormente 
Em uma bruma outonal.
 
Perdi a morte e a vida,
E, louco, não enlouqueço...
A hora foge vivida
Eu sigo-a, mas permaneço...
 
Castelos desmantelados,
Leões alados sem juba...
 
  
Paris - maio de 1913.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Quando A Gente Ama - Oswaldo Montenegro




Hoje eu estou me sentindo assim... apaixonada... não preciso revelar os motivos, só preciso preservar a idéia... tão difícil me entregar a qualquer sentimento que não julgue seguro... uma tola cheia de amarras é isso que sou. ^^

♥ "Ora (direis) ouvir estrelas! " ♥


"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto ...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

Olavo Bilac ;)

♠♠Cruz e Souza♠♠



Cárcere das Almas

Ah! Toda a Alma num cárcere anda presa,
soluçando nas trevas, entre as grades
do calabouço olhando imensidades,
mares, estrelas, tardes, natureza.
*
*

Tudo se veste de uma igual grandeza
quando a alma entre grilhões as liberdades
sonha e sonhando, as imortalidades
rasga no etéreo Espaço da Pureza.

*

*

Ó almas presas, mudas e fechadas
nas prisões colossais e abandonadas,
da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

*

*

Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Clarice Lispector

Água Viva (um trecho)

Tenho que interromper para dizer que "X" é o que existe dentro de mim. "X" - eu me banho neste isto. É impronunciável. Tudo que não sei está em "X". A morte? a morte é "X". Mas muita vida também pois a vida é impronunciável. "X" que estremece em mim e tenho medo de seu diapasão: vibra como uma corda de violoncelo, corda tensa que quando é tangida emite eletricidade pura, sem melodia. O instante é impronunciável. Uma sensibilidade outra é que se apercebe de "X".

Espero que você viva "X" para experimentar a espécie de sono criador que se espreguiça através das veias. "X" não é bom nem ruim. Sempre independe. Mas só acontece para o que tem corpo. Embora imaterial, precisa do corpo nosso e do corpo da coisa. Há objetos que são esse mistério total do "X". Como o que vibra mudo. Os instantes são estilhaços de "x" espocando sem parar. O excesso de mim chega a doer.

E quando estou excessiva tenho que dar de mim. Como o leite que se não fluir rebenta o seio. Livro-me da pressão e volto ao tamanho natural. A elasticidade exata. Elasticidade de uma pantera macia.

Uma pantera negra enjaulada. Uma vez olhei bem nos olhos de uma pantera e ela me olhou bem nos meus olhos. Transmutamo-nos. Aquele medo. Saí de lá toda ofuscada por dentro, o "x" inquieto. Tudo se passara atrás do pensamento. Estou com saudade daquele terror que me deu trocar de olhar com a pantera negra. Sei fazer terror.

"X" é o sopro do it? é a sua irradiante respiração fria? "X" é palavra? A palavra apenas se refere a uma coisa e esta é sempre inalcançável por mim. Cada um de nós é um símbolo que lida com símbolos - tudo ponto de apenas referência ao real. Procuramos desesperadamente encontrar uma identidade própria e a identidade do real. E se nos entendemos através do símbolo é porque temos os mesmos símbolos e a mesma experiência da coisa em si: mas a realidade não tem sinônimos.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

De Gramática e Linguagem (Mário Quintana)


E havia uma gramática que dizia assim:

"Substantivo (concreto) é tudo quanto indica

Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta".

Eu gosto das cousas. As cousas sim !...

As pessoas atrapalham. Estão em toda parte.

Multiplicam-se em excesso.As cousas são quietas.

Bastam-se.

Não se metem com ninguém.

Uma pedra.

Um armário.

Um ovo, nem sempre,

Ovo pode estar choco: é inquietante...)

As cousas vivem metidas com as suas cousas.

E não exigem nada.

Apenas que não as tirem do lugar onde estão.

E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.

Para quê?

Não importa: João vem!

E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,

Amigo ou adverso...João só será definitivo

Quando esticar a canela.

Morre, João...

Mas o bom mesmo, são os adjetivos,

Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.

Verde. Macio. Áspero. Rente.

Escuro. luminoso.Sonoro. Lento.

Eu sonho

Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos

Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.

Ainda mais:

Eu sonho com um poema

Cujas palavras sumarentas escorram

Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,

Um poema que te mate de amor

Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:

Basta provares o seu gosto...

Os Cinco Livros Que Mais Marcaram

by Ziraldo

Fiquei bege de surpresa quando fui convidada para participar desse meme, até por que fiquei tão concentrada nas leituras do outros (ótimos livros) que não vi o convite – rsrs. Mas, André Miranda é um doce, além de supercompetente, estou amando o trabalho do Zine Acesso.

Bom, selecionei as leituras que mais me impressionaram, principalmente pela peculiaridade de cada autor em sua época, e por mudarem meu foco sobre as pessoas. É difícil escolher.... a ordem é o menos importante.


A Insustentável Leveza do Ser – Milan kundera

O Senhor dos Anéis – Trilogia – J.R.R. Tolkien

A Revolução dos Bichos – George Orwell

Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres - Clarice Lispector

Ela e Outras Mulheres – Rubem Fonseca


Lerei: Cem anos de Solidão – Gabriel Garcia Márquez


E Convido:

Amanda Oliveira http://superdinha.blogspot.com/

Therence Santiago http://antimateriatherence.blogspot.com/

João Guilherme http://intercessio-iterlucis.blogspot.com/


Possuidores de blogs diferenciados e fascinantes.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Carla Bruni - L'excessive


Je n'ai pas dexcuse,
C'est inexplicable,
Même inexorable,
C'est pas pour l'extase, c'est que l'existence,
Sans un peu d'extrême, est inacceptable,

Je suis excessive,
J'aime quand ça désaxe,
Quand tout accélère,
Moi je reste relaxe
Je suis excessive,
Quand tout explose,
Quand la vie s'exhibe,
C'est une transe exquise

Y'en a que ça excède, d'autres que ça vexe,
Y'en a qui exigent que je revienne dans l'axe,
Y'en a qui s'exclament que c'est un complexe,
Y'en a qui s'excitent avec tous ces "X" dans le texte

Je suis excessive,
J'aime quand ça désaxe,
Quand tout accélère,
Moi je reste relaxe
Je suis excessive,

Quand tout explose,
Quand la vie s'exhibe,
C'est une transe exquise, (ouais).
Je suis excessive,
J'aime quand ça désaxe,
Quand tout exagère,
Moi je reste relaxe
Je suis excessive,
Excessivement gaie, excessivement triste,
C'est là que j'existe.
Mmmm, pas d'excuse ! Pas d'excuse !



Definição pra lá de chique ;)

Invisível - Jorge Vercilo










¥♥Eu sou fã \o/♥¥

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Ai Se Sêsse ;) - Zé da Luz


Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Da vês que nois dois ficasse
Da vês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse!!!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Tem dor que a gente nem sabe que dói =(

O Vento
Marcelo Camelo
Posso ouvir o vento passar
Assistir a onda bater
Mas o estrago que faz
A vida é curta pra ver

Eu pensei que quando eu morrer
Vou acordar para o tempo
E para o tempo parar

Um século, um mês
Três vidas e mais
Um passo pra trás?
Por que será?
...
Vou pensar

Como pode alguém sonhar
O que é impossível saber
Não te dizer o que eu penso
Já é pensar em dizer
Isso eu vi, o vento leva!

Não sei mas sinto que é como sonhar
Que o esforço pra lembrar
É vontade de esquecer
E isso por que?
(diz mais)

Ú
Se a gente já não sabe mais
Rir um do outro meu bem
Então o que resta é chorar
E talvez
se tem que durar
Vem renascido o amor
bento de lágrimas.

Um século, três
Se as vidas atrás
São parte de nós
E como será?

O vento vai dizer lento que virá
E se chover demais
A gente vai saber,
Claro de um trovão,
Se alguém depois sorrir em paz
(Só de encontrar...)

terça-feira, 19 de junho de 2007

Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me - The Smiths

Consciência


Walking Around (Pablo Neruda)

Acontece que me canso de meus pés e de minhas unhas,
do meu cabelo e até da minha sombra.
Acontece que me canso de ser homem.

Todavia, seria delicioso
assustar um notário com um lírio cortado
ou matar uma freira com um soco na orelha.
Seria belo
ir pelas ruas com uma faca verde
e aos gritos até morrer de frio.

Passeio calmamente, com olhos, com sapatos,
com fúria e esquecimento,
passo, atravesso escritórios e lojas ortopédicas,
e pátios onde há roupa pendurada num arame:
cuecas, toalhas e camisas que choram
lentas lágrimas sórdidas.

Não importa quantas paredes estejam ao meu redor, não há como fugir dos meus pesadelos internos. Há tempos não era tomada por tal sensação de dor e revolta. Nem tal claridade de consciência. “Alívio para esse sofrimento só em Cristo”...mas quando não há aceitação em mim, nem mesmo refugio... existe zona de conforto para isso?

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Cecília Meireles


Murmúrio

Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.

Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.

Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!

Maiakovski



TU

Entraste.
A sério, olhaste
a estatura,
o bramido
e simplesmente adivinhaste:
uma criança.
Tomaste,
arrancaste-me o coração
e simplesmente foste com ele jogar
como uma menina com sua bola.
E todas,
como se vissem um milagre,
senhoras e senhorias exclamaram:
- A esse amá-lo?
Se se atira em cima,
derruba a gente!
Ela, com certeza, é domadora!
Por certo, saiu duma jaula!
E eu júbilo
esqueci o julgo.
Louco de alegria
saltava
como em casamento de índio,
tão leve, tão bem me sentia.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

♀♂ Chico e Bethênia ♀♂




Para quem sabe. :D

♪♪♪♪♪♪♪♪♪ Não vá embora (Marisa Monte)




Por que se é para amar que seja para sempre, mesmo que dure apenas 15 min ;)

Carlos Drummond de Andrade

    Memória

    Amar o perdido
    deixa confundido
    este coração.

    Nada pode o olvido
    contra o sem sentido
    apelo do Não.

    As coisas tangíveis
    tornam-se insensíveis
    à palma da mão

    Mas as coisas findas
    muito mais que lindas,
    essas ficarão.


    *Achei tão lindo esse poema que tinha que dedicá-lo a alguém que amo muito... :P

quinta-feira, 14 de junho de 2007

♠♣ Jogo de Palavras ♦♥

Paulo Leminski

vão é tudo
que não for prazer
repartido prazer
entre parceiros

vãs
todas as coisas que vão




parem

eu confesso

sou poeta

cada manhã que nasce

me nasce

uma rosa na face


parem

eu confesso

sou poeta

só meu amor é meu deus

eu sou o seu profeta

sim
eu quis a prosa
essa deusa
só diz besteiras
fala das coisas
como se novas

não quis a prosa
apenas a idéia
uma idéia de prosa
em esperma de trova
um gozo
uma gosma

uma poesia porosa

ver

é dor

ouvir

é dor

ter

é dor

perder

é dor


só doer

não é dor

delícia

de experimentador




quarta-feira, 13 de junho de 2007

♥♥♥ O Amor Eternizado ♥♥♥


Todo coração deseja encontrar

Um outro coração e se apaixonar

Sempre existe alguém

À espera de outro alguém

Um sonho de amor

Na vida quem não tem

E só é feliz quem conseguir achar

No mundo o seu par sua metade

Hoje eu sei porque te amo assim

Eu sinto que você nasceu pra mim

Toda vez que eu olho pra você

E vejo brilhar os olhos teus

Toda a ternura desse amor

Eu agradeço a Deus

Que a fim de me fazer feliz

Faz com que você esteja aqui

Você é bem mais do que eu sonhei

O AMOR QUE EU SEMPRE QUIS

Foto: Casamento Elizandra e Elias - Grandes e Queridos Amigos :D

♪ Senhas - Adriana Calcanhoto ♪


Eu não gosto de bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto
Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas
o que eu não gosto é de bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos modos
Não gosto
Eu aguento até os estetas
Eu não julgo a competência
Eu não ligo para etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
E compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades
o que eu não gosto é do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos modos
Não gosto
Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem...


Quadro: A Revolta das Bonecas; Autor: Eduardo Viana (1881 - 1967)

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Sinais de Fogo


Ana Carolina - Sinais de Fogo
Eu precisava postar algo dela, a amo de paixão. Só não sabia qual... entre tantas, minha preferida... :D