Revisando minhas primaveras percebi que passo muito tempo reclamando de saudades. E na verdade, o que eu tenho é vontade. Vontade de acrescentar.
Não fico acalentando os bons acontecimentos do passado durante muito tempo. O que sinto, noventa por cento do meu tempo, é uma necessidade imensa de viver coisas novas com as pessoas antigas. Como também, mostrar coisas antigas a pessoas novas, que estão por aqui a colorir o meu mundo preto e branco.
Interessante como demoramos tanto a saber o que realmente queremos. Foi preciso sentir tanta dor, para saber que metade delas são totalmente desnecessárias. Foi preciso rir tanto risos para saber qual graça realmente me cai bem. E foi preciso 30 anos para que eu pudesse saber que meu destino nunca foi morrer de saudade, e sim, viver todas as alegrias que a vida me apresenta.
É doce constatar que não há vazios, nem fantasmas, nem carência extrema, apenas paixão. Paixão pelo que ainda não foi visto, nem feito, nem vivido. . . vontade no sentido pleno e voraz da palavra.
s. f. 1. Recordação nostálgica e suave de pessoas ou coisas distantes, ou de coisas passadas. 2. Nostalgia.