quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Busque Amor Novas Artes, Novo Engenho - Luís de Camões



Busque Amor novas artes, novo engenho
Pera matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.


Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.


Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,


Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê.

Um comentário:

Anônimo disse...

Me abisma ninguém comentar um poema como esse!
Eu estava procurando por ele inteiro e o achei, aqui, tão lindo e desprestigiado!

Lindo!

um beijo.